segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POLO NORTE VIRA ILHA

Pesquisadores chamam a atenção do planeta para o impacto dramático causado pelo degelo no Pólo Norte

Pela primeira vez na história o Pólo Norte se tornou uma ilha no meio do oceano, informa o site de notícias ABC.es. Imagens de satélite captadas pelo Instituto de Física Ambiental da Universidade de Bremen, na Alemanha, comprovaram o fato nunca antes visto pelo menos nos últimos 125 mil anos.

» Geleiras derretem em velocidade recorde
» Ártico: floresta fóssil é achada
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» Geleiras podem sumir em 25 anos

As fotografias, tiradas em 1º de setembro, mostram claramente como a calota polar ficou rodeada pelo mar sem estar interligada à plataforma continental por leste ou oeste. As passagens jamais haviam se aberto simultaneamente. A passagem do nordeste, próxima à Rússia, se desbloqueou temporariamente no verão de 2005 e a do noroeste ficou livre do gelo em todo o caminho entre os oceanos Pacífico e Atlântico.

"É um acontecimento histórico, um espiral de morte e destruição", avaliou o pesquisador Mark Serreze, do Centro Nacional de Neve e Gelo, em entrevista ao The Independent. O cientista considerou como estranho o fato de um centro alemão ter divulgado fotos de seus satélites, e não a Nasa, a agência espacial americana.
Segundo ele, algumas agências governamentais podem estar relutantes em divulgar a catástrofe por receio que surjam problemas na navegação. Serrez, que dedicou anos de sua vida para estudar a extensão do gelo no Ártico, acredita que a abertura simultânea das passagens é mais um fator alarmante do degelo que ocorre na região.
Degelo recorde

No final de agosto, cientistas americanos advertiram que a área coberta de gelo no Ártico se reduziu a seu segundo menor nível desde o início dos registros por satélite, há 30 anos. Segundo eles, é um indicativo de que o derretimento chegou a um nível em que seus efeitos começam a se tornar irreversíveis.


http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3153560-EI8278,00.html.

domingo, 21 de agosto de 2011

Jogos e Estafetas

(01) Bolas
Categorias: comunicação / cooperação / união
Objetivos: trabalho em equipe e avaliação de processos focando em resultados.
Nº de Participantes: não há limites
Material: 5 bolas.
Desenrolar: o facilitador solicita que o grupo fique em círculo, contando quantos são os participantes.
Regras:
•A bola inicia-se na contagem 1 e deve sair do jogo no número referente à quantidade de participantes (por exemplo, 38).
•A bola deve fazer esse caminho (1 ao 38), passando na mão de todos.
•A bola não pode ser passada em ponte aérea, devendo ser passada com, no mínimo, duas pessoas de distância no círculo; se a bola cair no chão, deve voltar na contagem 1.
•Serão colocadas no jogo 5 bolas e poderão existir várias bolas passando ao mesmo tempo.
•O facilitador é quem coloca as bolas no jogo; O tempo para a realização da tarefa dada pelo facilitador vai de um minuto e meio dois minutos e meio, dependendo do tamanho da equipe.
•São dados 20 minutos para que as pessoas possam se planejar, antes do início do desafio. Nota: No momento do CAV (Ciclo de Aprendizagem Vivencial) ou processamento da vivência, pode-se avaliar a equipe em três aspectos:
resultado / comprometimento / processo.
Possíveis temas a discutir:
•Passar e receber a bola (informação – comunicação).
•Saber ouvir e fazer-se entender. Planejamento eficaz X planejamento ineficaz.
•Estratégia compartilhada.
•Importância de se ter foco individual, mas uma visão sistêmica para a aquisição de resultados.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Resposta a revista veja

PARABÉNS A ESSA DISPOSTA E CORAJOSA PROFESSORA, Q PERDEU PARTE DO SEU TEMPO PARA RESPONDER A UMA REPORTAGEM TÃO CULPOSA [A CULPA É SEMPRE DOS PROFESSORES...AFFF...]
Abaixo envio uma cópia da carta escrita por uma professora, que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Esta carta é uma resposta a uma reportagem em que a jornalista defende a ideia de que as aulas sejam cronometradas a fim de medir o tempo que o professor fica em sala de aula e o tempo em que "efetivamente está dando aula". Peço, por favor, que a repassem. Vale a pena ler.

RESPOSTA À REVISTA VEJA

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração; Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados.. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Não temos, ou seja não existe.

Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante É QUE HÁ DISCIPLINA. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se..

Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo.

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!! Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Está com frio Vem para Palmas



Desafios dos mestrandos brasileiros em Assunção

Assunção - Paraguai 2011
Introdução

A proposta deste trabalho é extamente detectar a problemática que enfrentam os estudantes brasileiros em assunção e classificar até que ponto estes problemas afetam no rendimento de cada academico, lembrando que os pontos abordados aqui não representam exatamente todas as dificuldades, pois é sabido que depois da conclusão dos cursos de mestrado e doutorado ainda tem uma caminhada longa e ardua para a qualificação destas pós-graduações no Brasil.

Todos os anos os educadores brasileiros buscam uma forma de complementar os estudos com formação em mestrado e doutorado. O ingresso nesses cursos no Brasil esbarram na burocrática e no alto custo que pesam no orçamento e afastam esta possibilidade de ingresso. Os cursos de pós-graduação começaram no Brasil na década de 1940, já em relação ao mestrado e doutorado somente a partir da década 1960, pouco mudou nesses anos de implantação dos cursos em terras brasileiras.

Os meses de janeiro e julho são tradicionalmente, priódo de férias na maioria das instituições de ensino do Brasil. Já o Paraguai no entanto, encontrou uma forma inteligente de resolver este problema, pois exatamente neste período também funcionam as universidades paraguaias, que atraem os brasileiros e imigrantes de outras partes do mundo, que buscam os cursos mestrado e até doutorado, além do tempo ainda podemos destacar os valores das mensalidade que podem explicar a migração acadêmica cada vez maior. Para comprovar o que estamos falando destacamos as obras de ampliação da Universidade Americana, que deve ter um novo bloco de salas de aula para o segundo semestre de 2011.

Com tantos atrativos fica uma pergunta, não existem problemas, realmente os curso de mestrados e doutorados ofecidos em Assunção podem sgnificar um novo marco para o patamar finaceiro e profissional, o que pensam cada acadêmico que estudam nas universidades da capital do Paraguai. Para tentar responder parte deste questionamento, vamos estudar um grupo especifico de pessoas, os alunos da Universidade Americana em especial os mestrandos e doutorandos, que estudam no período de janeiro e julho.

Objetivo geral:

Determinar um parâmetro das dificuldades encontradas pelos brasileiros em Assunção e compreender os maiores problemas dos mestrandos neste período.

Objetivos específicos:

 Detectar e classificar o maior problema enfrentados pelos mestrandos brasileiros em Assunção.
 Compreender qual o grau da dificuldade e sua peculiaridade no tangente a construção do conhecimento realizado em janeiro e julho no Paraguai.
 Identificar como este problema que está inserido na formação dos mestrandos e doutorandos e a influencia social nos seus integrantes.
 Divulgar os resultados obtidos na pesquisa

Justificativa

Ao abordar a problematica enfrentada pelos brasileiros, na condição de estudantes estrangeiros de Mestrado e Doutorado na capital do Paraguaia, o fazemos com o propósito de encontrarmos, a partir das questões levantadas, respostas que possam nos auxiliar, no presente e no futuro, no que toca á definição de programas alternativos ou complementares que possam contribuir de forma eficaz e proveitosa a esta comunidade estudantil brasileira.

O processo de elaboração deste projeto esta firmado no desenvolvimento da pesquisa de campo e não está fundamentada na filosofia ou epstemiologia. Almejamos a forma operacional de como proceder para a execução de um plano de pesquisa mais simples, com tempo reduzido para a sua execução.

Capitulo I

Na busca de uma nova perspectiva, brasileiros de todas as partes do Brasil estão em Assunção, com um único objetivo se qualificar para integrar um grupo ainda mais seleto no seu pais de origem, que tenham títulos de mestres ou doutores, mais do que isso o fato de obterem tal especialização vai produzir um ganho na qualidade da educação em várias regiões do território brasileiro, apesar de de tudo o ganho pelas autoridades e as escolas é também sabido que ainda esta graduação em terras paraguaia não tem o devido reconhecimento pelas instituições brasileira, mesmo com a medida provisória assinada pelo presidente Lula, que reconhece os cursos nos países do MERCOSUL. É inegável a afirmação de que a educação do País está passando por profundas modificações, tendo como um dos seus motivos, a globalização das informações, das economias, das culturas, etc. O mundo passa por um forte estreitamento de relações, onde o ser humano começa a vislumbrar suas ações e relações em nível mundial, comumente denominado de “mundo globalizado”.

Procurando protelar o máximo possível este reconhecimento várias universidades no Brasil ainda relutam em aceitar os profissionais da educação que se qualificaram em um curso de mestrado ou doutorado realizado em Assunção ou no MERCOSUL, mesmo assim o alto custo e as dificuldades de entrarem em cursos de mestrados e doutorados, forçam os brasileiros terem que sair do país para consequirem essa qualificação. Felizmente os Institutos Federais estão aceitando e validando estes curso, para o quadro de seus funcionário.

Hoje na Universidade Americana existem 16 turmas, com 40 alunos matriculados por sala que representa um total de 640 acadêmicos, fazendo mestrado ou doutorado, o faturamento da universidade chega aos 240 mil reais por mês, isso porque nós só estamos trabalhando com uma instituição de ensino em Assunção, o montante de dinheiro que ficam no Paraguai somente neste periódo de janeiro e julho ultrapassam a casa dos milhões de reais, pagos na mensalidade, hoteis, alimentação e compras diversas no comercio.
Colocar um gráfico.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

SAIU NO JORNAL DO TOCANTINS


O artigo sobre a Feira Literária Internacional do Tocantins (FLIT), foi publicado no Jornal do Tocantins, hoje dia 09 de agosto de 2011.

Um universo de leitura, assim pode ser definido a FLIT deste ano. Não cabe aqui uma crítica à estrutura nem a data do evento, se foi melhor ou pior do que a dos anos anteriores, pois, não devemos condenar e muito menos desaprovar qualquer ação que promova a busca do conhecimento através do fascinante mundo da literatura. Mas ressalto que o clima do Tocantins não favorece eventos durante o dia, principalmente nesta época do ano, e o sol atrapalhou um pouco a locomoção das pessoas na FLIT por causa do forte calor. Já no período da noite com um clima mais ameno, os vários palcos e atrações se tornaram para o público uma variedade de possibilidades de entretenimentos culturais.

As palestras foram riquíssimas em conteúdo e apresentações, se não fosse o fato da obrigatoriedade para os professores do estado, que tinham que assistir estas oficinas, pois só receberiam o dinheiro (R$ 180,00) quem estivesse inscrito em no mínimo quatro horas de curso. Alguns professores acabaram desistindo do dinheiro por não concordar com essa imposição da secretaria de educação. Para aqueles que se sujeitaram e receberam este recurso, diga-se de passagem, vem sendo entregue aos funcionários da educação há vários anos e estamos falando de investimento público na qualidade da educação, este estímulo serve para o enriquecimento literário dos educadores, sendo o aprendizado repassado para os alunos nas salas de aula ou mesmo fora dela.

Outro aspecto pior do que o relatado anteriormente foi, a censura imposta pela secretaria de educação, referente ao tipo de literatura que os professores podiam comprar ou não na FLIT, lógico que neste caso, estou falando do dinheiro que o governo do estado repassou a alguns servidores da educação. Mas ainda não foi o mais assombroso nesse processo de ditadura cultural. Depois que os professores adquiriram os livros, cada um tinha que obrigatoriamente passar pela mesa do “fascismo” ou da “inquisição”, local onde carimbavam a nota fiscal e os livros, numa demonstração daquilo que o estado pensa sobre cada um de nós professores: conotando sermos desonestos, mentirosos, ladrões e coisa muito pior. Desonestos - pois o governo não confiou nem nas empresas que vendem livros e muito menos nos professores; Mentirosos – o governo não acreditou na palavra dos professores; Ladrões – o governo suspeitou que irámos desviar a verba não comprando os livros. Pergunte a um profissional em relações públicas o que ele pensa de tudo isso.

Veja agora o que escreveu Paulo Freire em seu livro Pedagogia do Oprimido. “Os opressores, falsamente generosos, têm necessidade, para que a sua “generosidade” continue tendo oportunidade de realizar-se, da permanência da injustiça. A “ordem” social injusta é a fonte geradora, permanente dessa “generosidade” que se nutre da morte, do desalento e da miséria” (Paulo Freire 2011).

Não posso acreditar que o governador Siqueira Campos tenha conhecido todos os por menores em que se desenrolou esta relação Estado e Professor, espero que o idealizador desse procedimento equivocado, possa repensar seus atos e para o ano que vem tomar novas atitudes que estejam em conformidade com aquilo que prega a secretaria de educação: uma pedagogia libertária, que proporcione oportunidades para todos; a pedagogia do respeito; afinal, muito se fala de Paulo Freire.

Na maioria dos encontros que participei com os “pensadores” da SEDUC principalmente quando o assunto é qualidade na educação, esse pernambucano é citado com propriedade e se o governo usa de forma bastante intensa os pensamentos desse escritor, deveria continuar na mesma linha quando o assunto está relacionado com os educadores do Tocantins. Encerro minhas palavras com um sentimento de tristeza por escrevê-las.

sábado, 6 de agosto de 2011

COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO DOS ESTUDANTES

Professora Dranda Maria Cristina
Disciplina: Planejamento Educacional
Turma: ME 1.1.11

Grupo 3:
Márcio Ricardo
Beatriz Lima
Silvana Mesquita
Jenival Santos
Rosângela Pereira

Julho de 2011
SUMÁRIO

1- Introdução ...........................03
2- Motivação Um Desafio Possível ........04
3- Principais Teorias da Motivação ......05
3.1- Teoria das Necessidades ........06
3.2- Teoria Cognitiva ...............08
3.3- Teoria da Aprendizagem Social ..10
3.4- Teoria do Reforçamento .........11
4- Comunidades de Aprendizagem ..........12
5- Processos de Aula ....................15
5.1- Estrutura da Aula ..............16
5.2- Estratégia para Motivar ........17
5.3- Quando Não Há Motivação ..............19
6- Conclusão ............................20
7- Fontes Consultadas ...................21

1- INTRODUÇÃO

Até pouco tempo, a grande questão escolar era somente a aprendizagem de conteúdos. Acreditávamos que conhecer era acumular conhecimentos. Hoje, a questão está centrada em interpretar e selecionar informações na busca de soluções de problemas ou daquilo que temos vontade de aprender. O desafio para o educador é coordenar o ensino de conceitos e proporcionar um ambiente efetivo de aprendizagem. Neste contexto os educadores têm enfrentado o problema da ausência de motivação nos alunos para a aprendizagem.

Na atualidade essa motivação ocupa o centro das atenções no processo educacional, uma vez que este reconhece que a aprendizagem é um processo pessoal, reflexivo e sistemático que depende do despertar das potencialidades do educando, de maneira sozinha ou com a ajuda do educador. Já os estudantes têm como desafio conectar o que aprendem na escola com o mundo externo.

Alguns questionamentos merecem ser analisados para buscarmos entender o que dificulta esse processo nas escolas. O que é motivação? Pra que motivar? Quais as principais bases teóricas para motivação? O que se espera com motivação? O que acontece quando há e quando não há motivação na sala de aula?

Partindo do pressuposto que a curiosidade é um dos elementos fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, conseguir despertar este sentimento no aluno é o grande desafio para alcançar a motivação dos educando na busca dos conhecimentos. O presente artigo procurou encontrar algumas respostas, observando os métodos e experiências de professores, que buscam motivar os alunos no processo de ensino-aprendizagem. Os resultados encontrados mostram que faltam as escolas recursos que facilitam o ensino-aprendizagem, na visão dos professores, apesar desta falta, as condições motivadoras na sala de aula dependem menos disto, e mais da atuação do professor para despertar o interesse dos alunos tais como: a disponibilidade do professor para o aluno; o respeito e afeto presentes na relação, bem como, a capacidade do docente de ser acolhedor e positivo.

2- MOTIVAÇÃO UM DESAFIO POSSÍVEL

Para despertar a motivação adormecida nos alunos é imprescindível compreender as formas de pensar e aprender, para assim, desenvolver estratégias de ensino que tenha como ponto de partida levando em conta as suas condições reais, inserindo os educandos no processo histórico não como espectadores, mas como agentes. Para alcançar este objetivo é preciso interação social, através da conversa e dos trabalhos com outras pessoas, conhecendo outros pontos de vista, favorecendo e amadurecendo o seu convívio com outros grupos, e dessa forma na sociedade o aluno adquire experiência, consequentemente o conhecimento.

Os alunos devem sentir-se estimulados a aplicar seus esquemas cognitivos e promover uma reflexão sobre suas próprias percepções nesse processo de construção de conhecimento, de modo que avancem em suas formas de pensar e perceber a realidade. Devemos ir além do cognitivo, precisamos avaliar a afetividade, pois à medida que o educando adere às propostas feitas, teremos, certamente, uma mudança de comportamento, o que pressupõe aprendizagem.

À primeira vista, as inteligências pessoais, usadas por Gardner, parecem ser sinônimas da inteligência emocional, relatada por Goleman. Na verdade, entre esses conceitos, existem divergências muito além de palavras diferentes para expressar idéias iguais. O livro de Goleman, Inteligência Emocional, cita várias vezes as pesquisas de Gardner, mas Gardner descreve essas inteligências como amorais, isto é, acredita que seu estímulo é possível, mas não é certo preconizar se levará o indivíduo ao bem ou ao mal. Celso Antunes (2002)

Torna-se necessário antes de tudo definirmos o que é motivação. Segundo o dicionário Aurélio é o ato de motivar; exposição de motivos ou causas; conjunto de fatores psicológicos, conscientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de conduta em alguém. Motivação (do Latim movere, mover) designa em psicologia, em etologia e em outras ciências humanas a condição do organismo que influencia a direção (orientação para um objetivo) do comportamento. Em outras palavras é o impulso interno que leva à ação. O estudo da motivação comporta a busca de princípios (gerais) que nos auxiliem a compreender, por que seres humanos e animais em determinadas situações específicas escolhem, iniciam e mantém determinadas ações.

Existem distantes diferenças entre motivação intrínseca (que vem de dentro) e motivação extrínseca (que vem de fora). Quando a motivação é intrínseca, a pessoa demonstra real interesse na atividade e desenvolve alguns atributos como autonomia, propósito e aprimoramento. Essas características fazem a diferença no trabalho no quesito qualidade, e é o que trás os surpreendentes resultados.

Motivação intrínseca é aquela em que não há recompensa ou punição externa. Byrne cita Edward Deci e Richard Ryan que afirmaram que “as necessidades inatas de competência e autodeterminação são manifestadas através da curiosidade e interesse e levam as pessoas a explorar e manipular“. Eles também dizem que “ao assumir continuamente novos desafios e se esforçar para vencê-los, as pessoas não apenas experimentam uma satisfação espontânea e intrínseca, como também desenvolvem habilidades que as permitirão ser mais eficientes e autônomas“.

Motivação extrínseca é aquela em que há recompensa ou punição para realização da atividade. Na educação, por exemplo, esse é a forma atual, sustentada pelas provas e notas que definem aprovações ou reprovações. Byrne também cita Barbara McCombs, que disse que, no sistema atual de educação, “os estudantes (a) são obrigados a aprender a algo pelo qual não se interessam, (b) tem pouco ou nenhum controle ou escolha, (c) não têm habilidades ou recursos para serem bem sucedidos ou (d) não têm suporte ou recursos adequados (inclusive apoio, encorajamento e respeito)“.

3- PRINCIPAIS TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Esta pesquisa tem como finalidade apontar as principais teorias motivacionais e apresentar a visão de alguns autores acerca de como ela se dá nas organizações. Compreender porque estímulos semelhantes têm efeitos diferentes nas pessoas e apresentar os diferentes comportamentos motivacionais presentes em cada uma delas.

De acordo com alguns teóricos da motivação, as experiências de cada indivíduo, seus sonhos e sua visão de mundo, interferem no modo como reagem aos estímulos motivacionais. Isso faz com que pessoas com experiências de vida diferentes reajam de maneira diferente aos mesmos estímulos. Além das experiências pessoais, também as necessidades das organizações, das comunidades, das transformações tecnológicas e do exercício da cidadania têm a sua importância na maneira como percebem os estímulos motivacionais que lhe são apresentados.

3.1- TEORIA DAS NECESSIDADES

A preocupação dos docentes está em descobrir possibilidades para tornar motivador o ato de estudar. O fator de motivação humana conforme a teoria de Maslow está sujeito a algumas necessidades e tem sua origem nas suas necessidades primárias. Uma vez satisfeita estas necessidades, o ser humano passa a buscar as seguintes.

Teoria de Maslow, divide as necessidades humanas em cinco níveis:

1. Necessidades fisiológicas: Estas são as necessidades mais básicas, mais físicas (água, comida, ar, sexo, etc.). Quando não temos estas necessidades satisfeitas ficamos mal, com desconforto, irritação, medo, doentes. Estes sentimentos e emoções nos conduzem à ação na tentativa de diminuí-las ou aliviá-las rapidamente para estabelecer o nosso equilíbrio interno. Uma vez satisfeitas estas necessidades nós abandonamos estas preocupações e passamos a nos preocupar com outras coisas.

2. Necessidades de segurança: No mundo conturbado em que vivemos procuramos fugir dos perigos, buscamos por abrigo, segurança, proteção, estabilidade e continuidade. A busca da religião, de uma crença deve ser colocada neste nível da hierarquia.

3. Necessidades sociais: O ser humano precisa amar e pertencer. O ser humano tem a necessidade de ser amado, querido por outros, de ser aceito por outros. Nós queremos nos sentir necessários a outras pessoas ou grupos de pessoas. Esse agrupamento de pessoas pode ser a antiga tribo, ou a tribo (grupo) atual, no seu local de trabalho, na sua igreja, na sua família, no seu clube ou na sua torcida. Todos estes agrupamentos fazem com que tenhamos a sensação de pertencer a um grupo, ou a uma “tribo”. Política, religião e torcida são as tribos modernas.

4. Necessidades de “status” ou de estima: O ser humano busca ser competente, alcançar objetivos, obter aprovação e ganhar reconhecimento. Há dois tipos de estima: a auto-estima e a hetero-estima. A auto-estima é derivada da proficiência e competência em ser a pessoa que se é, é gostar de si, é acreditar em si e dar valor a si próprio. Já a hetero-estima é o reconhecimento e a atenção que se recebe das outras pessoas.

5. Necessidade de auto-realização: O ser humano busca a sua realização como pessoa, a demonstração prática da realização permitida e alavancada pelo seu potencial único. O ser humano pode buscar conhecimento, experiências estéticas e metafísicas, ou mesmo a busca de Deus.

À medida que as necessidades são atendidas em cada nível, a começar das mais básicas, o indivíduo volta sua atenção ao próximo estágio. Entretanto, para ele, as pessoas podem subir e descer na hierarquia. Se, por exemplo, tenho fome, vou tratar de atender essa necessidade, não importa a posição na pirâmide onde me encontre. A motivação pode ser entendida como um processo e, como tal, é aquilo que suscita ou incita uma conduta, que sustenta uma atividade progressiva, que canaliza essa atividade para um dado sentido (BALANCHO e COELHO, 1996).

3.2- TEORIA COGNITIVA

A Teoria Cognitiva desenvolvida por Weiner (1985) coloca as cognições no centro do processo motivacional. Weiner enfatiza a capacidade espontânea do ser humano para refletir sobre os acontecimentos passados, de modo a tirar conclusões para orientar o comportamento futuro. De acordo com essa perspectiva, uma das principais motivações humanas seria a procura das causas dos acontecimentos, a fim de permitir maior compreensão e controle da realidade.

a teoria atribucional assume que é impossível ter acesso a uma realidade objetiva visto que os nossos limites perceptivos e cognitivos nos obrigam a selecionar a informação e a tratá-la de maneira incompleta. (...) A nossa representação da realidade é resultado de um processo de construção, socialmente determinado e necessariamente enviezado, e será em função dessa representação que cada um orientará o seu comportamento (FONTAINE, 2005, p. 77).

Por isso mesmo, a teoria atribucional interessa-se pelas causas às quais as pessoas atribuem os acontecimentos que lhe dizem respeito, especialmente aqueles relativos às experiências de sucesso e fracasso. Com efeito, para poder reproduzir uma experiência agradável ou alterar uma desagradável, é importante perceber quais foram as causas da mesma. Além disso, a teoria defende que essa procura pelas razões dos acontecimentos ocorre com maior freqüência quando a pessoa se confronta com acontecimentos negativos, atípicos ou inesperados (WEINER, 1985)

Teoria Atribucional

As diferentes maneiras como os indivíduos interpretam os acontecimentos, independentemente de corresponderem ou não à realidade, têm consequências emocionais e comportamentais importantes. Por exemplo, se um aluno pensa que foi mal na prova porque não tem capacidade intelectual suficiente, sentir-se-á mais desanimado para estudar para a próxima avaliação, ao passo que, se pensa que fracassou porque não havia estudado nada, tentará estudar mais para o teste seguinte (FONTAINE, 2005).

De acordo com Fontaine (2005), alguns fatores têm se mostrado relacionados com as atribuições causais, entre eles destacam-se:

1) Características da tarefa (o sucesso numa tarefa muito difícil ou o fracasso numa tarefa muito fácil estimulam a construção de atribuições internas, relacionadas à própria capacidade/incapacidade, ou, pelo menos, de atribuições instáveis, relacionadas à sorte/azar, por exemplo);

2) Frequência de ocorrência de determinados tipos de resultados (sucessos ou fracassos frequentes levam a atribuições estáveis, enquanto os esporádicos conduzem a atribuições instáveis);

3) Comparação social (se um determinado resultado é obtido pela maioria das pessoas, o sujeito tenderá a atribuí-lo a fatores externos e estáveis, enquanto se o resultado obtido estiver relacionado a uma minoria de pessoas, tenderá a atribuí-lo a fatores internos e estáveis);

4) Posição do avaliador (se o avaliador deve julgar a si mesmo, tende a atribuir seus resultados indesejáveis a fatores externos e os resultados favoráveis a fatores internos, porém não costuma ser tão benevolente quando avalia os mesmos comportamentos manifestados por outros).

3.3-TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL

A teoria social cognitiva elaborada por Bandura salienta a importância da percepção de auto-eficácia como constructo motivacional. Tal teoria concebe o ser humano como um agente capaz de exercer controle sobre seus pensamentos, emoções e ações, bem como sobre o seu ambiente. Não considera, porém, que as pessoas sejam sujeitos plenamente autônomos, libertos de qualquer influência do meio, mas, pelo contrário, que estão em constante interação com o ambiente, sendo o comportamento humano parcialmente auto-determinado e parcialmente dependente das influências do meio (BANDURA, 1989).

De acordo com Bzuneck (2001), a maioria dos estudos tem observado relações positivas entre crenças de autoeficácia e desempenho escolar, persistência e rapidez na resolução de tarefas, em todos os níveis escolares. Tem sido observado, também, que alunos com o mesmo nível de competência obtêm melhores resultados escolares, quando possuem fortes crenças de autoeficácia. Isso porque a execução de tarefas escolares não exige apenas competência, mas também capacidade de auto-regulação e controle sobre as próprias emoções e pensamentos negativos.

A teoria da autoeficácia apresenta importantes implicações educacionais, sendo fundamental que os educadores proporcionem aos alunos reais experiências de êxito, comunicando-lhes expectativas positivas quanto às suas capacidades, e evitando situações e verbalizações que possam gerar dúvidas sobre elas (BZUNECK, 2001).

Nesse sentido, Bandura (1986, apud BZUNECK, 2001) considera que as crenças de autoeficácia atuam como mediadoras entre as reais capacidades do indivíduo (aptidões, conhecimentos, habilidades) e o seu desempenho.

Pode concluir inequivocamente que a auto-eficácia dos bons alunos é superior à dos alunos mais fracos, o caráter transversal e não longitudinal desses estudos (todos os dados foram recolhidos no mesmo momento) não autoriza a inferência quanto à direção da causalidade. Não sabemos se os alunos têm melhores resultados porque se sentem eficazes, ou se se sentem eficazes porque têm melhores resultados. O quadro teórico de Bandura defende a influência recíproca desses fatores, cognições e experiência, que se reforçam mutuamente (FONTAINE, 2005, p. 122)

3.4- TEORIA DO REFORÇAMENTO

A teoria de Skinner apóia-se na idéia de que o aprendizado tem a função de mudança no comportamento manifesto. O condicionamento operante é baseado na lei do efeito, segundo a qual o comportamento que produz bons efeitos tende a se tornar mais freqüente, enquanto que o comportamento que produz maus efeitos tende a se tornar menos frequente. As mudanças no comportamento são o resultado de uma resposta individual a estímulos que ocorrem no meio e portanto reforçar tais estímulos significa fortalecer o comportamento.

Os reforçadores são designados como positivos e negativos. Os positivos dependem dos chamados estímulos reforçadores e os negativos ocorrem com o término de um estímulo aversivo. Um reforçador é um elogio verbal, uma boa nota, ou um sentimento de realização ou satisfação crescente. Um reforçador negativo é qualquer estímulo que resulta no aumento da freqüência de uma resposta, quando ele é retirado. Note-se que um reforçador negativo é diferente de um estímulo desfavorável. A punição é diferente do reforço negativo. Em termos conceituais, a punição se refere a aplicação de um desprazer após um determinado comportamento não pretendido por aquele que a aplica, enquanto que o reforço negativo caracteriza-se pela retirada do desprazer após a ocorrência de um comportamento pretendido por aquele que o promove.

4- CARACTERÍSTICAS DAS COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM

Para pensar em comunidades de aprendizagem na escola é preciso encontrar uma maneira de romper a homogeneidade do trajeto escolar. É preciso descobrir interesses comuns entre os diversos alunos e incentivar experiências por meio das quais os estudantes experimentem, pela primeira vez, situações de aprendizagem baseadas em diferenças e na prerrogativa do próprio grupo, que determina seus objetivos, suas atividades e produções. Os docentes devem estimular a composição do grupo, ampliando e enriquecendo as propostas e favorecendo a participação de outros integrantes da comunidade para que, pela heterogeneidade, seja possível enriquecer as propostas.

Assim, uma comunidade de aprendizagem é como uma comunidade ecológica, pois, tal como ocorre em um ecossistema, a sinergia cooperativa dos membros de uma comunidade de aprendizagem prospera e muda em novas direções com capacidades que seriam impossíveis sem metas comuns e direção compartilhada de seus membros. À medida que essa comunidade muda e cresce, os membros da comunidade beneficiam-se de maneiras incontáveis e geralmente estimulantes.

As comunidades de aprendizagem não surgem espontaneamente. Embora a reflexão, o conhecimento e as habilidades para um comportamento cooperativo sejam intuitivos, nossa cultura promove comportamentos contrários, razão pela qual as comunidades de aprendizagem devem ser cuidadosamente projetadas e deliberadamente incentivadas. Em uma sala de aula que se trabalha dessa forma devem ocorrer as seguintes circunstâncias:

- Os estudantes assumem a responsabilidade por sua própria aprendizagem;

- As experiências de aprendizagem estão ligadas aos interesses e às necessidades dos estudantes;

- Os estudantes estão envolvidos ativamente na aprendizagem de vários grupos e contextos;

- A aprendizagem é compreendida, aplicada, demonstrada e interiorizada.

Essas características são ecológicas por natureza e humanistas por princípio. Quando uma equipe docente admite tais princípios, é sinal de que essa equipe conseguiu superar o pensamento analítico-mecanicista em que os professores foram formados para incorporar uma série de postulações sobre a natureza humana e as relações fundamentais que conformam nossas vidas, ou seja, incorporaram um paradigma novo e abrangente.

Segundo a analogia de Clark (1997), essas comunidades compartilham uma série de propriedades essenciais caracterizadas pelos princípios ecológicos de interdependência, diversidade, parentesco e co-evolução. Esses princípios podem ser estendidos aos sistemas sociais, como as comunidades de aprendizagem:

1. Em uma comunidade de aprendizagem, o currículo é “vida em todas as suas manifestações”. A essência da educação é a aprendizagem sobre a vida mediante a participação e a relação em comunidade, incluindo não apenas as pessoas (sociedades, culturas), mas também as plantas, os animais e a natureza em seu conjunto. Assim, os recursos primários são as vidas, as experiências, as relações, as questões e os interesses dos próprios aprendizes.

2. Uma comunidade de aprendizagem proporciona ambientes apropriados de apoio, valores, sentidos, responsabilidade e aceitação da aprendizagem que reforçam a autovalorização, o trabalho intelectual criativo e o comportamento responsável. Aqui, a contribuição de alguém depende do que traga da experiência, e nenhum valor pessoal de quem quer que seja deve ser questionado. O sentido de pertencer, a responsabilidade e o acerto de contas são assumidos como sinônimos para os membros da comunidade.

3. Uma comunidade de aprendizagem é projetada para refletir os interesses e as capacidades dos aprendizes. Dado que é relevante para o interesse e as habilidades de seus membros, os indivíduos devem ter tanto poder sobre seu ambiente de aprendizagem quanto sejam capazes de manejar. Nesse sentido, os estudantes devem ser estimulados a aprender por sua própria iniciativa e de formas tão diversas quanto possível.

4. Uma comunidade de aprendizagem é cooperativa e sistêmica, ou seja, todos são simultaneamente aprendizes e servem de recursos para qualquer um. Os resultados são projetados para desafiar a intuição, a imaginação, o conhecimento e as destrezas dos membros, incluindo o instrutor. A aprendizagem com os colegas é elevada e todos reconhecem esse fato em muitas situações, pois, sem dúvida, dois ou mais responsáveis são melhores do que um.

5. Uma comunidade de aprendizagem vai além dos limites da sala de aula. Como o currículo reflete todas as experiências da vida do aluno, a comunidade de aprendizes amplia-se para incluir outros colegas, administradores, equipe docente, pais e membros da comunidade em geral.

6. Em uma comunidade de aprendizagem, a aprendizagem é participativa e envolve o aprendiz em sua totalidade. A aprendizagem é sempre vivencial e relevante no sentido de assegurar a participação do aprendiz na tomada de decisões que conforma sua aprendizagem. Desse modo, os processos intuitivos e cognoscitivos são respeitados, assim como o conhecimento e as experiências de aprendizagem são projetados para refletir a natureza multidimensional e multissensória da inteligência, do pensamento e da aprendizagem.

7. Uma comunidade de aprendizagem é caracterizada pela consistência e pela sensibilidade. Visto que o ambiente pode ser dependente, há pouca ou nenhuma ansiedade ou medo. Quando o ambiente de aprendizagem é reativo, maleável e sensível, os estudantes podem participar ativamente da criação e da determinação de sua experiência de aprendizagem.

8. Uma comunidade de aprendizagem proporciona uma avaliação regular, consistente e apropriada mediante vários feedbacks. O propósito principal da avaliação é proporcionar retornos positivos em função do progresso, rumo a objetivos de aprendizagem claramente definidos, visando a extrair o melhor das possibilidades criativas inerentes de cada membro da comunidade. Essa avaliação não é julgadora nem competitiva.

5- PROCESSOS DA AULA

Richard Schmuck e Patrícia Schmuck (2001) crêem que os professores criam comunidades de aprendizagem positivas quando ensinam a seus alunos habilidades importantes de processos interpessoais e grupais e quando ajudam a classe a desenvolver-se como grupo. Estes autores identificam seis processos grupais que, ao trabalhar em relação uns com os outros, produzem uma comunidade positiva dentro da sala de aula.

1. Comunicação: a maior parte da interação durante a aula se caracteriza pela comunicação verbal e não verbal e se constitui um processo recíproco. Devem ser abertos e com alto grau de compromisso por parte dos participantes.

2. Amizade e coesão: grau pelo qual as pessoas se respeitam, se valorizam e a forma com que os padrões de amizade dentro da sala de aula afetam o clima e a aprendizagem. Os grupos devem ser formados sem alunos excluídos de sua estrutura de amizades.

3. Expectativas: dentro das salas de aula as pessoas têm expectativas umas das outras e de si mesmos. A maneira como se formam padrões ao longo do tempo influem no clima da sala e na aprendizagem.

4. Normas: são as expectativas compartilhadas que alunos e professores tem quanto a conduta dentro da aula. As normas devem apoiar a alta participação dos alunos nos trabalhos acadêmicos.

5. Liderança: se refere à forma em que se exercem poder e a influência na sala de aula e seu impacto sobre a interação e a coesão grupal.

6. Conflito: surgem em qualquer situação e as salas de aula não são exceções. Os professores devem reconhecer os conflitos e buscar resolve-los de maneira produtivas.

5.1- ESTRUTURAS DA AULA

As estruturas da aula são maneiras em que a sala se organiza em torno das tarefas de aprendizagem e da participação, assim como a forma em que se definem metas e recompensas.

O trabalho que se espera que os alunos façam dentro das salas e aulas e as demandas cognitivas e sociais que se impõe sobre eles à medida que realizam certas lições se denominam estruturas das tarefas. Também se referem às diversas atividades que requerem estratégias ou modelos de ensino que os professores utilizam.

As estruturas de participação ajudam a determinam quem pode dizer o que, quando e a quem durante o discurso na aula. Incluem a maneira como os alunos fazem perguntas e respondem as indagações do professor. Escutar-se uns aos outros é outra expectativa que se tem dos alunos durante este tipo de aula.

As estruturas de meta determinam o grau de interdependência que se busca entre os alunos. Existem três tipos de estrutura de meta: cooperativa, competitiva e individualista. Essas estruturas determinam as formas em que as recompensas podem ser distribuídas nas aulas, influem poderosamente tanto na conduta como na aprendizagem dos alunos.

5.2- ESTRATÉGIAS PARA MOTIVAR OS ESTUDANTES

Construir comunidades de aprendizagem produtivas e motivar os estudantes para que se envolvam em atividades significativas de aprendizagem constituem objetivos fundamentais do ensino. Seu êxito depende do uso das estratégias motivacionais que ajudam o grupo a desenvolver-se como uma comunidade de aprendizagem.

Acreditar na capacidade dos estudantes e prestar atenção nos fatores variáveis Os professores são mais efetivos se concentrarem seus esforços em aspectos aonde seja possível fazer alguma coisa. Evitar enfatizar a motivação extrínseca de maneira exagerada. Mesmo que a teoria do reforçamento domine nossa cultura, os professores devem encontrar formas de minimizar seus efeitos potencialmente danosos.

Crie situações de aprendizagem com tons afetivos positivos. É importante desenvolver situações de aprendizagem agradáveis, estáveis, seguros e dentro dos quais os alunos tem certo grau de determinação e assumem responsabilidade por sua própria aprendizagem. Construa a partir dos interesses e valores intrínsecos de seus estudantes. Os materiais e exemplos vivos podem servir como motivadores poderosos para a aprendizagem dos alunos.

Estruture a aprendizagem para alcançar fluidez As experiências de fluidez altamente motivantes requerem um nível adequado de desafio.Utilize o conhecimento dos resultados e não justifique os fracassos. Na retroalimentação, o conhecimento de resultados é a informação que se dá aos estudantes acerca de seu desempenho. Preste atenção às necessidades dos estudantes, incluindo a necessidade de autodeterminação. Em geral essas necessidades se satisfazem quando sentem que têm algum poder em se manifestar acerca da aula e das tarefas de aprendizagem. Preste atenção a estrutura das metas de aprendizagem e a dificuldade das tarefas instrucionais. As tarefas de aprendizagem que são demasiadamente fáceis requerem muito pouco esforço e produzem uma sensação de êxito

Utilize tarefas multidimensionais. As aulas se caracterizam pela diversidade. Os alunos devem trabalhar juntos em atividades comunitárias, que sejam desafiadoras e motivantes, com problemas interessantes que eles possam concluir.
Facilite o desenvolvimento e a coesão grupal Requer prestar atenção as necessidades sociais e emocionais dos estudantes, assim como suas necessidades acadêmicas.

5.3- O QUE ACONTECE QUANDO NÃO HÁ MOTIVAÇÃO

A relação entre falta de disciplina e motivação dos alunos está intimamente ligada. Alguns professores têm problemas disciplinares em sala de aula e não conseguem identificar sua causa. Outro fator é que quando os alunos não entendem o assunto ficam inquietos e alvoroçam o ambiente. Os conflitos existiram e sempre existirão, até porque fazem parte da individualidade do ser humano, mas os professores precisam aprender a proteger sua emoção diante destes conflitos, caso contrário um atrito pode desgastá-lo. Quando perde a paciência perante as dificuldades, é porque deixou sua emoção ser atingida, isto quer dizer que perdeu o controle e a autoridade perante os alunos.

O diálogo com o aluno para saber o que está dando certo, quais as dificuldades que estão encontrando e mudar as estratégias, conforme as necessidades dos alunos, é indispensável quando o interesse é atingir a atenção dos alunos para o assunto em estudo. É preciso que o professor estabeleça um relacionamento agradável e atrativo com os alunos, para que momentos inoportunos se tornem cada vez mais escassos, já que eliminar é impossível, devido às diferentes culturas que se fazem presentes neste ambiente.

O professor precisa ter domínio do assunto e saber usar a metodologia adequada para o momento fazendo com que a turma participe sem causar tantos problemas. Portanto, o trabalho bem organizado do professor minimiza a maior parte dos problemas disciplinares. Algumas práticas minam a motivação dos alunos e devem ser evitadas a todo custo por parte dos docentes, como por exemplo: atribuir capacidades, fomentar a competitividade, fornecer tarefas ineficazes, deixar de monitorar o trabalho dos alunos, passar tarefas de baixa dificuldade, planejar suas aulas de forma incompleta, aplicar ritmo demasiado lento durante as tarefas, promover ambiente negativo nas aulas, usar práticas instrucionais pouco originais, ter manejo de classe negativo, fracassar em estabelecer conexões entre os conteúdos e usar medida disciplinares e castigos públicos.

Cada professor tem um olhar diferenciado sobre um determinado problema, pois as interpretações divergem dependendo da ótica de cada um. Em busca de solucionar os entraves durante as aulas e necessitando desenvolver da melhor forma possível seu trabalho, o professor precisará discutir sua ações com os próprios alunos, sobre a maneira como o assunto está sendo abordado, se está oferecendo condições de aprendizagem, ou é preciso mudar as formas de explanação, como também as regras disciplinares, para que o aluno perceba, assim, a importância destas atitudes no desenvolvimento das aulas. O diálogo põe em circulação uma pluralidade de pontos de vista, e é possível uma cobrança maior dos alunos e dos professores, uma vez que houve comum acordo entre as partes, facilitando, assim, a solução dos problemas que acontecem na sala e que prejudicam o bom andamento das aulas. Porém, é preciso que
tanto os professores, como os alunos, estejam abertos para ouvir as dificuldades e as críticas que devem ser feitas sempre construtivamente, para que juntos encontrem uma forma que seja mais proveitosa de trabalho em aula.

6- CONCLUSÃO

O tema motivação ligado à aprendizagem está sempre em evidência nos ambientes escolares, impelindo professores a se superar ou fazendo-os recuar, chegando à desistência nos casos mais complexos. Porém, ela tem um papel muito importante nos resultados que os professores e alunos almejam. Hoje já se sabe que a motivação é algo visceral, um sentimento, ou se tem ou não se tem. Isso não quer dizer que não se possa fazer nada para que as pessoas consigam vivenciá-la.

O professor que toma como objeto de preocupação o querer aprender, precisa ter presente a continuidade entre a educação familiar e a escolar, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas e duradouras com relação ao aprender e ao educar. Precisamos encorajar os alunos a descobrirem suas próprias soluções e levantarem seus próprios questionamentos, esta é uma postura política e filosófica diante da educação, muito oportuna para os educadores.

O bom professor não é aquele que permite que os alunos façam o que bem entendem, mas aquele que tem poder para colocar regras de forma aceitável, com mentalidade aberta, agindo democraticamente, compreensivo e companheiro, elevando a dignidade daqueles que estão em busca de um saber, com objetivos claros e definidos. Quando isso acontece “a aula voa, a indisciplina se esconde e o interesse cresce” (ANTUNES, 2002, p. 17).

Os alunos precisam de alguém mais experiente para adquirir a moralidade. A dificuldade financeira faz com que as famílias, por razões profissionais, permaneçam muito tempo longe dos filhos para poder assegurar um pouco de conforto material, em consequência o apoio moral está ficando de lado. Então “Cabe ao professor, de certa maneira, compensar esta perda, oferecendo ao aluno um ambiente cooperativo, com limites e que promova o seu amadurecimento” (TARDELI, 2003, p. 106). Isto só será possível e terá bons resultados se os professores souberem utilizar metodologias diferenciadas, visando uma boa relação em sala de aula, para que seu resultado proporcione maior aprendizagem. O professor está para ajudar o aluno a aprimorar seus conhecimentos e torná-lo apto a desempenhar bem seu papel na sociedade.

7- FONTES CONSULTADAS

ANTUNES, Celso, Professor bonzinho = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula- Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

ANTUNES, Celso, Relações interpessoais e auto-estima: a sala de aula como um espaço do crescimento integral, fascículo 16, Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 9. ed. Campinas, SP: Papirus, 2002.

AZZI, R. G & POLYDORO, S. A. J. Auto-eficácia proposta por Albert Bandura: algumas discussões. Em: R. G. Azzi & S. A. J. Polydoro (Orgs.). Auto–eficácia em diferentes contextos. Campinas: Alínea, 2006, p. 9-23.

BORUCHOVITCH, E.; BZUNECK, J. A. (orgs.). A motivação do aluno: contribuições da psicologia contemporânea. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

TARDELI Denise D’ Áurea O respeito na sala de aula / Petrópolis, R.J. Vozes, 2003.

PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: ARTMED, 2000.

SANTOS, Andréia Leite dos. Teorias sobre motivação. Disponível em: http://www2.uol.com.br/JC/sites/deloitte/artigos/a55.htm> Acesso em 21 de julho de 2011.

Responsabilidade Social na Universidade Brasileira

Professor Doutor Diosnel Centurión PhD

Turma: M.E. 1.1.11
Grupo: Márcio Ricardo
Beatriz Lima
Jenival Santos
Rosângela Pereira
Paulo Issa

Assunção – 2011
Sumário

1. Introdução .................................... 03
2. Resumo ........................................ 04
3. Conceitos de Responsabilidade Social .......... 05
4. Responsabilidade social e Terceiro Setor ...... 13
4.1. Subdivisão do Terceiro Setor .................. 15
5. Responsabilidade Social nas Universidades...... 16
6. Conclusão ..................................... 19
7. Bibliografia .................................. 20
8. Sites ......................................... 20

1. Introdução

Neste trabalho vamos apresentar conceitos, origem, mudanças de comportamento e uma cobrança que começou na sociedade e foi percebido primeiro pelas empresas. A responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as empresas decidem, de forma “voluntária”, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, as empresas procurando agregar valor a seus produtos e marcas, incorporaram esse novo conceito que passou a nortear suas ações.

Vamos ainda discorrer sobre várias definições de responsabilidade social, conceituando alguns pontos importantes para uma melhor compreensão do que realmente representa este novo paradigma social. Buscaremos identificar as diversas visões existentes. Vamos falar no sentido mais amplo sobre o papel da universidade, pois acreditamos que é exatamente no processo ensino-aprendizagem, numa construção coletiva, que se deve pautar a disseminação de conceitos como desenvolvimento sustentável, ética, cidadania, responsabilidade social e solidariedade.

Partimos do pressuposto de que tais conceitos, que fundamentam uma sociedade mais justa, são deveres não só do estado, mas também, e obrigatoriamente, de cada cidadão, família, empresa e, principalmente, da universidade. Neste contexto apresentaremos em destaque o terceiro setor, representado pelos agentes sociais (sociedade). Identificamos que o terceiro setor que surgiu na primeira metade do século, nos Estados Unidos. Ele seria uma mistura dos dois setores econômicos clássicos da sociedade: o público, representado pelo estado, e o privado, representado pelo empresariado. Atualmente, o terceiro setor é um campo a ser compreendido tanto pelas empresas como pelas universidades.

Vamos destacar o papel da universidade dentro da responsabilidade social. As instituições de nível superior precisam definir suas ações para ter uma visão integral de suas funções acadêmicas: docência, pesquisa e extensão sobre este novo paradigma, tendo como um de seus melhores suportes uma comunicação oportuna como eixo transformador, permitindo através da criação e difusão do conhecimento.

2. Resumo

As universidades precisam ter uma visão aberta para encontrar soluções para os problemas da contemporaneidade, críticos e criativos em suas ações, que sejam compromissadas com o desenvolvimento de projetos que atendam as especificidades da responsabilidade social das universidades no crescimento do País. Isto impõe a necessidade de reavaliar as condutas adotadas, acompanhar os critérios de acompanhamento e avaliação das ações. Além da produção intelectual, devem ser valorizados indicadores de medida do impacto social do conhecimento produzido nos cursos superiores. O envolvimento ativo dos acadêmicos, professores e sociedade como produtores do conhecimento, na elaboração integrada de planos nacionais e conferências devem contribuir para um melhor direcionamento social das ações científicas adequadas à realidade brasileira. Uma compreensão do terceiro setor se faz necessário em todos os seus aspectos e fundamentos, um estudo mais aprofundado de suas peculiaridades, para encontrar respostas que possam atender este grupo.

3. Abstract

With an open view to find solutions to the problems of contemporary, critical and creative in their actions, they are committed to developing projects that meet the specific social responsibility of universities in the growth of the country This imposes the need to reassess the procedures adopted , follow the criteria for monitoring and evaluation of actions. In addition to intellectual production, should be valued as indicators of the social impact of the knowledge produced in university courses. The active involvement of academics, teachers and society as producers of knowledge, integrated development plans and national conferences, which may contribute to a better targeting of social scientific actions appropriate to the Brazilian reality. An understanding of the third sector is needed in all aspects and fundamentals, further study of its peculiarities, to find answers that can meet this group.

Palavra Chave: Responsabilidade Social, Universidade, Compreensão, Respostas
4. Conceitos de Responsabilidade Social

Foi nos Estados Unidos que teve início os primeiros estudos sobre responsabilidade social, por volta da década de 50, e na Europa, nos anos 60 (BICALHO, 2003). As primeiras manifestações sobre este tema surgiram, no início do século, em trabalhos de Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916). No entanto, tais manifestações não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista. Foi somente em 1953, nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the Businessman, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na década de 70, surgiram associações de profissionais interessados em estudar o tema: American Accouting Association e American Institute of Certified Public Accountants. É a partir daí que a responsabilidade social deixa de ser uma simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo. A responsabilidade social revela-se então um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das empresas.

Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001), a responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. Responsabilidade social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral.

Varias são as definições de responsabilidade social, e de acordo com Melo Neto e Froes (2001), a melhor maneira de analisar o conceito de responsabilidade social empresarial é identificando as diversas visões existentes, apresentadas a seguir:

• A responsabilidade social como atitude e comportamento empresarial ético e responsável: É dever e compromisso da organização assumir uma postura transparente, responsável e ética em suas relações com os seus diversos públicos (governo, clientes, fornecedores, comunidade, etc.)

• A responsabilidade social como um conjunto de valores: Não incorpora apenas conceitos éticos, mas uma série de outros conceitos que lhe proporciona sustentabilidade, como por exemplo, auto-estima dos funcionários, desenvolvimento social e outros.

• A responsabilidade social como postura estratégica empresarial: A busca da responsabilidade social é vista como uma ação social estratégica que gera retorno positivo aos negócios, ou seja, os resultados são medidos através do faturamento, vendas, market share.

• A responsabilidade social como estratégia de relacionamento: Voltado à melhoria de qualidade do relacionamento com seus diversos públicos-alvo, a responsabilidade social é usada como estratégia de marketing de relacionamento, especialmente com clientes, fornecedores e distribuidores.

• A responsabilidade social como estratégia de marketing institucional: O foco está na melhoria da imagem institucional da empresa. São os ganhos institucionais da condição de empresa-cidadã que justificam os investimentos em ações sociais principiados pela empresa.

• A responsabilidade social como estratégia de valorização das ações da empresa (agregação de valor): Para Georgete Pereira, “a reputação de uma empresa e o valor de suas ações no mercado andam juntos” (CECATO, 2000 apud MELO NETO E FROES, 2001, p.40). Uma pesquisa feita por esta organização identificou que 70% do valor de mercado de uma empresa dependem de seus resultados financeiros. Os outros 30% dependem da sua reputação no mercado.

• A responsabilidade social como estratégia de recursos humanos: As ações são focadas nos colaboradores e nos seus dependentes, com o objetivo de satisfazê-los e consequentemente reter seus principais talentos e aumentar a produtividade.

• A responsabilidade social como estratégia de valorização de produtos/serviços: O objetivo não é apenas comprovar a qualidade dos produtos/serviços da empresa, mas também proporcionar-lhes o status de “socialmente corretos”.

• A responsabilidade social como estratégia de inserção na comunidade: A empresa busca aprimorar suas relações com a comunidade e a sociedade e também a definição de novas formas de continuar nela inserida.

• A responsabilidade social como estratégia social de desenvolvimento na comunidade: A responsabilidade social é vista como uma estratégia para o desenvolvimento social da comunidade. Dessa forma, a organização passa a assumir papel de agente do desenvolvimento local, junto com outras entidades comunitárias e o próprio governo.

• A responsabilidade social como promotora da cidadania individual e coletiva: A empresa, mediante suas ações, ajuda seus colaboradores a se a tornarem verdadeiros cidadãos e contribui para a promoção da cidadania na sociedade e na comunidade.

• A responsabilidade social como exercício de consciência ecológica: A responsabilidade social é vista como responsabilidade ambiental. A empresa investe em programas de educação e preservação do meio ambiente, e consequentemente, torna-se uma difusora de valores e práticas ambientalistas.

• A responsabilidade social como exercício de capacitação profissional: Neste caso, o exercício de responsabilidade social se dá com a capacitação profissional dos membros da comunidade e empregados da empresa.

• A responsabilidade social como estratégia de integração social: Esse conceito parte do pressuposto de que o maior desafio histórico da nossa sociedade atual é o de criar condições para que se atinja a efetiva inclusão social no país.

Responsabilidade social tem um conceito amplo, com muitos significados e sinônimos, cidadania corporativa, desenvolvimento sustentável, crescimento sustentável, sustentabilidade, capitalismo sustentável, filantropia empresarial, marketing social e ativismo social empresarial. Todos estes desfechos referem-se em geral ao conjunto de ações estabelecidas por empresas em relação à sociedade que transitam a esfera direta da sua atividade econômica (Joana Garcia, 2004).

A responsabilidade social de uma empresa melhora a sua comunicação com a sociedade por uma simples razão: a partir do momento em que a empresa está convencida do seu papel social e se orienta para a melhoria contínua dessa sociedade este esforço resulta apenas num constante fortalecimento, que aumenta e reforça o seu conceito junto dessa mesma sociedade.

Essa sustentabilidade corporativa está atrelada ao conceito de desenvolvimento sustentável lançado para o mundo no final dos anos 80, a partir de debates promovidos pela ONU no início da década. Na ocasião, a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, foi nomeada chefe da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.

O objetivo da comissão, um grupo autônomo, era avaliar as questões de meio ambiente e desenvolvimento do planeta, formulando propostas realistas como solução aos problemas encontrados, assegurando que o progresso da humanidade acontecesse sem que a natureza entrasse em colapso. Esses debates acabaram, então, por gerar o famoso Relatório Brundtland ou Our Common Future.

O relatório, apresentado ao mundo em 1987, apontou a incompatibilidade entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes na época. O seu conteúdo já trazia um tom de alerta para que os governantes assumissem a responsabilidade pelos impactos ambientais e as decisões políticas que os originavam. Reparem: há mais de 20 anos já se falavam da irresponsabilidade de produção e consumo.

Citado pela primeira vez no Relatório de Brundtland, o termo desenvolvimento sustentável foi denominado como “a satisfação das necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Ainda segundo o relatório, uma série de medidas deveria ser tomada pelos países para a promoção do desenvolvimento sustentável, entre eles:

- Limitação do crescimento populacional;

- Garantia de recursos básicos em longo prazo (água, energia, alimentos);

- Atendimento das necessidades básicas;

- Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;

- Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores.

Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável transformou-se em referência para diversas causas sociais e ambientais em todo o mundo, transcendendo sua amplitude política e governamental, atingindo o mundo corporativo.

Além da conhecida base econômica, social e ambiental, os pilares da cultura e da política também estão inseridos no conceito de sustentabilidade corporativa. A ampliação do tripé tornou-se fundamental, uma vez que, em maior ou menor grau, novos fatores acabam por impactar a cadeia de valores das empresas, independente da área de atuação ou da natureza dos produtos.

Apesar de ainda não ser muito discutida, a importância da política e da cultura para a sustentabilidade é evidente. Quando se fala do aspecto político, estamos falamos da coerência entre o que é esperado e a prática adotada por uma organização, uma determinada sociedade ou mesmo um governo. A prática alinhada ao discurso. Uma empresa não é sustentável se adota uma política inflexível de negociação com os funcionários ou não acompanha a legislação ambiental vigente, por exemplo.

O seu conteúdo já trazia um tom de alerta para que os governantes assumissem a responsabilidade pelos impactos ambientais e as decisões políticas que os originavam. Reparem: há mais de 20 anos já se falavam da irresponsabilidade de produção e consumo.

Percebe-se então que inúmeras são as interpretações e definições de Responsabilidade Social Empresarial, e que cada empresa acaba atuando de uma forma perante si e a sociedade. Em geral, não há um significado preciso de responsabilidade social, surgindo assim, conhecimentos teóricos com diferentes conceituações – responsabilidade social como obrigação social (Friedman, 1970); responsabilidade social como aprovação social (Davis e Blomstrom, 1975) e responsabilidade social como abordagem sistêmica dos stakeholders (Zadek, 1998).

Voltando nossos olhares para a área educacional, vamos começar falando no sentido mais amplo sobre o papel da Universidade, pois acreditamos que é exatamente no processo ensino-aprendizagem, numa construção coletiva, que se deve pautar a disseminação de conceitos como desenvolvimento sustentável, ética, cidadania, responsabilidade social e solidariedade. Partimos do pressuposto de que tais conceitos, que fundamentam uma sociedade mais justa, são deveres não só do Estado, mas também, e obrigatoriamente, de cada cidadão, família, empresa e, principalmente, da universidade.

Segundo afirma Morin (1999, p. 10): por onde quer que você ande, cada vez mais existe uma tendência de ultrapassar, abrir, englobar as disciplinas, e elas mais cedo ou mais tarde aparecerão, pela ótica da ciência futura ou pela cobrança social, como um momento de sua pré-história. Isso não significa que as distinções, as especializações, as competências devam dissolver-se, mas como um princípio organizador do saber deve impor-se. Não haverá transformações sem reforma do pensamento, ou seja, revolução nas estruturas do próprio pensamento. No sentido ético, a busca de valorização da consciência da responsabilidade social planetária possibilitará a evolução contínua e abrangente da sociedade, na formação de um indivíduo pleno, sintonizado com as mais recentes exigências do mercado de trabalho, engajado de maneira a ser cidadão do mundo, preocupado com seu semelhante.

A universidade é socialmente responsável quando vai além da obrigação de cumprir as leis, pagar impostos, observar condições de segurança das comunidades interna e externa. A verdadeira responsabilidade social deve extrapolar as exigências legais, num sentido não compulsório de contribuir para uma sociedade mais justa. Muitos desafios são impostos as Instituições neste novo cenário, tendo em vista que mudanças de concepções são requeridas a fim de concluir as etapas as quais as mesmas são solicitadas.

Andrade (2003) enfatiza que as universidades possuem metas a cumprir, necessitam utilizar uma variedade de recursos, formular estratégias e desenvolver sistemas de planejamento para alcançar os resultados desejados, o que exige um aperfeiçoamento constante em seus processos de gestão. Esse mesmo autor aponta que o planejamento nas organizações universitárias não pode ocorrer de forma centralizada, através de um processo desenvolvido de cima para baixo. É necessário considerar que a definição da missão, dos objetivos e das ações necessárias para alcançá-los implica a participação de muitas pessoas com interesses divergentes, localizadas em diferentes unidades que constituem 'sistemas autônomos', tais como, faculdades, centros, departamentos e institutos de pesquisa.

Ensinar conceitos fundamentais é uma práxis educativa e social que tem por finalidade a construção de competências, habilidades e atitudes voltadas ao entendimento da realidade da vida e à atuação consciente de atores sociais, seja de forma individual ou coletiva. Consideramos, assim, a possibilidade de tais conteúdos contribuírem para a formação de cidadãos e profissionais como agentes transformadores do quadro de crise estrutural e conjuntural em que vivemos. A educação superior é elemento estratégico para uma visão de mundo ampla e crítica das relações sociais. Estariam tais conceitos sendo ensinados aos nossos jovens?

No Brasil o tema responsabilidade social está sendo amplamente debatido no meio acadêmico e empresarial, aqueles de defendem esta nova abordagem social alegam que o comportamento socialmente responsável é o grande diferencial na construção e a consolidação da marca, representando um investimento e o sucesso a longo prazo. Um de seus grandes defensores é o Presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, “[...]A responsabilidade social não é uma atividade separada do negócio da empresa. É a nova forma de gestão empresarial. E, para uma empresa ter sucesso, para conquistar e ampliar mercado, para ter competitividade, a responsabilidade social é indispensável. A empresa que não aumentar suas políticas e não for socialmente responsável não terá espaço no mercado l4.”

Neste contexto podemos observar, que a responsabilidade social nas Universidades brasileiras é um tema novo, que vem recebendo várias definições e entendimentos. Podemos notar uma tendência de crescimento bastante significativo do mundo empresarial nacional com as questões e as práticas relacionadas à responsabilidade social. E, como essa prática vem sendo realizada de forma constante em vários setores, e sendo propagada em importantes meios de comunicação, percebe-se também que a responsabilidade social é um conceito em construção, se as empresas já perceberam essa mudança no comportamento da sociedade, é preciso agora que as Instituições de ensino superior do Brasil discorram qual o papel dos acadêmicos nesse processo.

5. Responsabilidade social e Terceiro setor

Responsabilidade social não é novidade, este assunto já vem sendo debatido deste o início do século XX. Debatida inicialmente no meio corporativo, na verdade a responsabilidade social corporativa era aceita como doutrina nos EUA e na Europa até o século XIX, quando a condução dos negócios era uma prerrogativa do Estado e da Monarquia, sem a participação dos interesses econômicos privados. Contudo nos anos 60 a sociedade começou a cobrar dos governos e empresas por uma participação maior desses dois setores a questão da responsabilidade social. Consolidando assim a própria necessidade de divulgação dos chamados balanços e relatórios sociais. Além da adequação aos novos padrões, como eficiência e qualidade, crescem as exigências por uma reformulação profunda da cultura e da filosofia que orientam as ações institucionais. A sociedade, cada vez mais consciente e conhecedora de seus direitos, exige do governo e das empresas um reestudo do seu papel nesse novo cenário.

No Brasil, como em toda a parte do mundo, cresce o entendimento de que é necessária uma política de desenvolvimento social sustentável. Neste contexto surge das aclamações do terceiro setor da sociedade uma cobrança que foi rapidamente percebida pelas empresas e que precisam ser debatidas e teorizadas no meio acadêmico.

Já a definição de Terceiro Setor surgiu na primeira metade do século, nos Estados Unidos. Ele seria uma mistura dos dois setores econômicos clássicos da sociedade: o público, representado pelo Estado, e o privado, representado pelo empresariado em geral. Atualmente, o Terceiro Setor é um campo a ser compreendido tanto pelas empresas como pelas universidades. No Brasil com uma nova proposta de ação no campo social, baseada em princípios de gestão de marketing social com foco em ações de parceria em projetos sociais.

As parcerias também constituem uma área em expansão. É o mais novo modelo de investimentos no Terceiro Setor, que congrega recursos e esforços do governo, empresas privadas, comunidade, ONG’s e demais entidades do setor. Atualmente no Brasil, os movimentos filantrópicos e de defesa da cidadania tem motivado o desenvolvimento do Terceiro Setor. Em 1991 existiam mais de 200 mil organizações sem fins lucrativos, empregando mais de um milhão de pessoas, o que coloca o setor como o terceiro maior segmento na geração de emprego e renda no país.

O quadro a seguir apresenta os principais elementos definidores do conceito e das características do Terceiro Setor:

Nos últimos anos, tem sido observado que as empresas privadas e as organizações do terceiro setor vêm mobilizando um volume cada vez maior de recursos destinados a iniciativas sociais. Tal multiplicação de iniciativas privadas com sentido público é um fenômeno relativamente recente. O protagonismo dos cidadãos e de suas organizações rompe a dicotomia entre público e privado, no qual o público era sinônimo de estatal, e o privado, de empresarial. O evento desta mudança de mentalidade empresarial já pôde ser notado na “Carta de Princípios.

Na abordagem da Responsabilidade Social, que podemos classificar como adaptação reativa, a empresa demonstra que não tem metas apenas econômicas, mas, também sociais. Na Abordagem da Sensibilidade Social que tem como método a ação. Proativo, a empresa não tem apenas metas econômicas e sociais, ela vai além, tentando antecipar-se aos problemas sociais do futuro e agir imediatamente para a solução destes problemas. Essas atitudes que poderiam ser definidas como uma Responsabilidade Social ética, beneficiariam a sociedade como um todo e envolveriam também o cidadão. (MONTANA & CHARNOV, 1998)

Exemplos típicos de organizações do terceiro setor incluem organizações voluntárias, organizações de campanhas e clubes. Outras, tais como sindicatos, igrejas, associações profissionais e organizações de empregados, são menos vistas como parte do terceiro setor, mas são igualmente típicas. Embora essas sejam responsáveis pela maior parte do setor, muitas organizações são secundárias, isto é, permanecem na periferia do setor.

5.1. Subdivisão do Terceiro Setor

A. Terceiro setor e setor público, tais como universidades e escolas de ensino superior, que receberam maior independência e que estão atualmente migrando para o terceiro setor. Inclui também Conselhos de Empreendimento e Treinamento e outras organizações quase não governamentais, como a Arts Council, que são fortemente financiadas pelo governo, mas com alto grau de independência administrativa.

B. Terceiro setor e setor privado, tais como sociedades de amigos e cooperativas que não distribuem lucros, mas que na maioria dos demais aspectos operam como empresas comerciais. A gestão do Terceiro Setor exige habilidades específicas, diferenciando assim da iniciativa privada, para a captação de recursos, trabalho de equipe, prazos e ainda muita diplomacia nas relações humanas.

6. Responsabilidade Social nas Universidades

A Responsabilidade Social de uma Universidade não implica em transformá-la em Instituição de prestação de serviços assistenciais; porém, implica, necessariamente, num trabalho interativo entre os futuros profissionais que se deseja formar e os imediatos necessitados dos serviços prestados por estes profissionais.

Universidade não é asilo, não é creche, não é maternidade, não é fórum, não é hospital etc., mas, inevitavelmente, deve estar compromissada, desde o planejamento de ensino de cada professor, com as causas e soluções dos problemas do asilo, da creche, da maternidade etc.

Não nos parece difícil constatar que existe um nexo de causalidade entre a omissão/comodismo dos indivíduos sociáveis (e não cidadãos) e de "profissionais" de nossa "sociedade" , diante dos indigentes, dos pedintes, dos menores abandonados (alguns preferem a expressão: "menores infratores"), dos idosos nos asilos, das crianças nas creches, das filas nos postos de saúde, do tratamento aos aposentados e da miséria humana com a própria essência da Universidade, com o modo pelo qual forma profissionais competitivos para o Estado neoliberal, com o tipo de privilegiados que penetram em suas arcadas, com as expectativas de um governo despótico e de sofistas da política moderna.

A participação da comunidade educacional universitária no alcance de metas, deve acontecer no marco do exercício responsável, do respeito à liberdade, à ética e à tolerância dentro de uma perspectiva de compromisso e pertinência institucional. Cada dia mais a sociedade requer da universidade e da academia maior participação nos feitos sociais. (Vallaeys, 2006).

Por outro lado, a universidade precisa definir a visão integral de suas funções acadêmicas: docência, pesquisa e extensão sobre um novo paradigma sendo um de seus melhores suportes, uma comunicação oportuna como eixo transformador que lhe permita, através da criação e difusão do conhecimento obter o vínculo entre o que a sociedade demanda por uma parte e a coerência interna que deve reinar na universidade, pelo outro, na busca da pertinência social que aspira o contexto das Instituições de Educação Superior, buscando compatibilizar o discurso com a ação. (Raga,2008).

Os dois principais propósitos da Universidade são, antes de tudo, a formação humana e profissional (propósito acadêmico) e a construção-criação de novos conhecimentos (propósito de pesquisa), sabendo que estes dois fins se relacionam intimamente.

Desta forma, a Responsabilidade Social compenetra e articula todas as partes orgânicas da Universidade, incluindo em uma mesma estratégia de gestão a administração quanto à docência, à pesquisa e à extensão, a qual compreende todos os outros serviços universitários vinculados com o entorno social (serviços de consultoria, assessorias, associações e projeção social, oficina de comunicação institucional, etc.); o que distancia muito do modelo de projeção social voluntária que apenas abarca a quarta parte dos impactos.

Com base no que já foi exposto, este deslocamento da atenção para o entorno social por parte da universidade (projetos sociais para fora), rumo à gestão integral da organização acadêmica, é a chave para compreender o que pode e deveria significar a Responsabilidade Social Universitária, com vistas a desenvolver a qualidade da gestão social e ambiental desta.

Atendendo a estas considerações, propõe-se que:

• A RSU é uma estratégia de gestão universitária, buscando manter um enfoque holístico sobre a própria organização universitária e registrando iniciativas interdisciplinares (sinergia entre faculdades e dependências universitárias) e interinstitucionais (associação de várias funções da estrutura institucional).

• Que o papel da universidade não é o de substituir o Estado ou as Organizações Não Governamentais de desenvolvimento (ONGs), mas de assumir cada vez melhor seu papel de formação superior integral com fins éticos e em prol do desenvolvimento sustentável de sua comunidade, precisando não conceber as relações entre a universidade e o entorno social em termos de doação ou ajuda unilateral.

Em consequência, a projeção social é a função que cumpre a universidade com o meio externo. Apóia-se na docência e na pesquisa para a estrutura e o desenvolvimento de projetos que articulem as experiências e conhecimentos da academia com os conhecimentos e experiências do entorno. Neste processo a universidade reconhece características, cultura, potencialidades, necessidades e demandas do meio externo, assim poderá estar disposta a abrir múltiplas e flexíveis formas de interação com os setores sociais, com os governos locais e nacionais, com os organismos não governamentais, com as organizações populares e com o setor produtivo. (Martínez, 2005). A Universidade deve ser vanguarda dos processos de transformação, de mudanças e de orientação científica, tecnológica, social e cultural no país.

7. CONCLUSÃO

Concluímos que o terceiro setor da sociedade foi preponderante na mudança social. Tudo começou nas empresas que perceberam essa mudança de comportamento da sociedade e buscou respostas para essas novas indagações, afinal responsabilidade social envolve todos, sem exceção. Essa nova leitura trouxe avanços e promoveu uma revolução cultural, pois muitos valores que eram apresentados tanto pelas empresas como pelas universidades, precisaram ser revistos e inserido nas comunidades tanto local como global

O Terceiro Setor, que congrega recursos e esforços do governo, empresas privadas, comunidade, ONG’s e demais entidades. Atualmente no Brasil, os movimentos filantrópicos e de defesa da cidadania tem motivado o desenvolvimento do Terceiro Setor. O grande desafio agora é exatamente colocar em prática todos os estudos, e conceitos que trabalham com o tema responsabilidade social, ter essa compreensão de como funciona e seus aspectos práticos dentro da sociedade, se faz necessário para que o meio científico possa encontrar novas respostas e ações que atendam essa necessidade tão cobrada por todos os setores sociais, pois a sociedade, cada vez mais consciente e conhecedora de seus direitos, exige do governo e das empresas um reestudo do seu papel nesse novo cenário.

Entendemos que a responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral, Consideramos, assim, a possibilidade de tais conteúdos contribuírem para a formação de cidadãos e profissionais como agentes transformadores do quadro de crise estrutural e conjuntural em que vivemos.

8. BIBLIOGRAFIA

______. Indicadores Ethos de responsabilidade social e questionário. São Paulo: Ethos, 2000.

______. Responsabilidade social nas empresas – A contribuição das universidades. São Paulo: Peirópolis, 2002.

CHIAVENATO, Julio José. Desenvolvimento Sustentável para todos. Ecologia em debate. São Paulo: Moderna, p. 87,1997.

COHEN, David. A empresa do novo milênio: Empresa e sociedade. Revista Exame. v. V 1999.

DRUCKER, Peter F. Sociedade pós-capitalista. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

FERNANDES, Rubem César. O que é o terceiro setor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. O que as empresas podem fazer pela educação. São Paulo: Cenpec e Instituto Ethos, 1999.

MONTANA, Patrick, CHARNOV Bruce H. Administração. São Paulo : Saraiva, 1998.

MORIN, Edgard. Ciência com consciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

9. Sites

http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade_social
www.sustentabilidadecorporativa.com
www.balancosocial.org.br/modelo.htm
www.bndes.gov.br
lhttp://www.fundacaoabrinq.org.br.

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA

Professor Doutor Francelino Alves Henriques

Turma: 1.1.11
Márcio Ricardo / Beatriz Lima / Cláudio Matta

Assunção – 2011

SUMÁRIO


1- Resumo ........................................ 03
2- Abstract ...................................... 03
3- Introdução .................................... 04
4- Desafios da Educação na Pós-Modernidade ....... 05
5- Mundo da Tecnologia ........................... 07
6- Educação Popular .............................. 08
7- Educação Básica ............................... 09
8- Sociedade Pós- Moderna na Era da Informação ... 10
9- Educação Pós- Moderna ......................... 14
10- Conclusão ..................................... 16
11- Bibliografia .................................. 17

1. RESUMO

A temática da educação pós-moderna necessita ocupar um espaço ainda maior entre as preocupações no processo ensino aprendizagem. Nem tanto pelo fato de tratar-se de um tema tipicamente associado com a educação e as novas tecnologias, mas, sobretudo pela quantidade de informações e a velocidade com que elas chegam, cada vez mais, recebendo uma abordagem que tende a tratar suas questões como problemas do âmbito das relações culturais. O presente artigo procura evidenciar a importância de uma compreensão mais profunda sobre as novas tecnologias no processo de desenvolvimento cognitivo, produzindo uma motivação que desperte para a busca do conhecimento, mostrando as razões pelas quais o papel da sociedade, enquanto parceira da escola tem na estruturação de um direcionamento pedagógico que contemple as expectativas inerentes a essa nova geração.

2. ABSTRACT

The theme of post-modern education needs to occupy a space between the bigger concerns in the learning process. Not so much because this is an issue typically associated with education and new technologies, but rather the amount of information and the speed with which they come, increasingly, taking an approach that tends to treat their issues as problems of framework of cultural relations. This article seeks to highlight the importance of a deeper understanding of new technologies in the process of cognitive development, producing a motivation to wake up to the pursuit of knowledge, showing the reasons why the role of society as a partner school, is in structuring of an educational direction that fulfills the expectations inherent in this new generation.

3. Introdução

Pensadores em educação estão buscando respostas para os desafios encontrados hoje. Com o avanço das tecnologias da informação existente no mundo, que apresenta todos os dias uma novidade, um novo fazer, que vai muito além das escolas, que não está limitado por um espaço físico pré-determinado, pois podemos estar em qualquer lugar do mundo, sem sair do lugar.

“(...) a construção lógica ou síntese é a coordenação inteligente das idéias conforme as exigências racionais da sistematização própria do trabalho. Pode acontecer que, devido a desdobramentos ocorridos durante a pesquisa, se faça necessário uma reformulação do roteiro provisório para o estabelecimento do plano definitivo (...)” (Severino, 1996, p.81)

Com tantas informações a disposição de todos, a escola precisa abrir fronteiras, mudar conceitos. Reaprender a fazer isto não significa que devemos agora abandonar tudo que aprendemos com os teóricos e pensadores, mas compreender que cada realidade precisa ser abordada de forma local com pensamento global (glocal). Compreende-se facilmente que a dialética, assim como a argumentação voltada para o auditório universal, tenha sido identificada com a lógica.

Talvez um dos entraves esteja em nós mesmos, quando temos que nos reavaliar, mudar, aprender, para descobrirmos que se não fizermos algo urgente, perderemos o interesse dos alunos no processo de aprender, pois muito conhecimento pode ser construído sem a ajuda de professor ou escola, podendo construir os saberes na grande rede, através dos sites de busca (Google) ou sites acadêmicos, sem falar no Wikipédia, no próprio You-Tube, nas redes sociais e muitas outras possibilidades oferecidas na internet. “Verdade, constitui a defesa psicológica desenvolvida para conviver com a impossibilidade do sucesso e com a presença do fracasso. Em todos os casos, a cultura hegemônica desempenha seu papel (...)”(Oliveira, 1998b).
Não existe liberdade sem igualdade e, muito menos, sem leitura e interpretação crítica da realidade que contextualiza os indivíduos, sem a democratização do conhecimento. Por esta razão, a educação ocupa papel central na dominação das pessoas, internalizando progressivamente, na estrutura psicológica do indivíduo, os valores hegemônicos da ideologia capitalista.

Em uma perspectiva dialética, a construção do conhecimento, no contexto escolar e não escolar que se origina, estrutura-se e desenvolve-se a partir de determinado pressuposto histórico e de relações sociais, econômicas e culturais que cada indivíduo estabelece como prioridade existencial.

4. Desafios da Educação na Pós-Modernidade

A esperança de alcançarmos uma educação de qualidade está novamente nas mãos da sociedade. Há uma sociedade civil emergente, que muda os aspectos comportamentais, sobretudo a nível municipal, que cobram uma educação que possa atender a exigência que o mundo pós-moderno apresenta hoje e que reflete dentro das salas de aula.

Nas escolas podemos incorporar milhares de brasileiros à cidadania, despertando em cada educando um novo paradigma de motivação, de descobertas, de compreensão de seu papel neste processo de busca do conhecimento. Devemos ainda aprofundar a participação da sociedade civil organizada, envolvendo efetivamente nas instâncias institucionais.

Educação é condição primordial para o desenvolvimento global e auto-sustentado do país. Na educação básica as ações devem promover uma condição de aprendizagem que valorize o desenvolvimento, possibilitando a essa geração acesso as novas tecnologias.

Nos últimos cem anos o mundo passou por uma transformação tecnológica nunca vista pela humanidade em tão pouco tempo. Por exemplo o transporte usado no início da civilização foi o cavalo, esse meio de locomoção durou mais de 6 mil anos e em cem anos o homem passou do carro a nave espacial. Se a educação não conseguir acompanhar essa evolução ficará defasada e parecerá para os emergentes digitais algo arcaico e ultrapassado. Dentro dos projetos educacionais ainda não se tem ideia clara do que deverá representar, para todos nós, a globalização capitalista da economia, das comunicações e da cultura. As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento de uma nova era a da informação.

O conhecimento está presente em qualquer projeção que se faça do futuro. Por esta razão há um senso comum de que o crescimento sustentável de um país está condicionado à qualidade da sua educação. Partindo deste contexto, as expectativas para uma educação de qualidade são otimistas. O problema que encontramos agora esbarra em alguns questionamentos: que educação, que escola, que aluno, que professor? Este artigo tenta compreender a educação no contexto da pós-modernidade.

Entende-se que é preciso ultrapassar a idéia e a prática da divisão do objeto didático pelas quais os conteúdos disciplinares são decididos e selecionados fora da escola, por outros agentes sociais. Deve-se combater a idéia de que aos envolvidos no ambiente escolar, sobretudo aos professores, caberia apenas refletir e decidir sobre as técnicas de ensino. [...] A reflexão sobre a justificativa dos conteúdos é para os professores um motivo exemplar para entender o papel que a escolaridade em geral cumpre num determinado momento e, mais especificamente, a função do nível ou especialidade escolar na qual trabalham. O que se ensina, sugere-se ou se obriga a aprender expressa valores e funções que a escola difunde num contexto social e histórico concreto (SACRISTAN, 2000, p. 150).

Vivemos em um tempo de expectativas, de desafios tecnológicos (por causa da velocidade com que as informações se processam e mudam de forma muito rápida) e da crise de concepções e paradigmas isto não é apenas porque estamos no século XXI. No ano 2000 o mundo viveu um momento de apreensão (os computadores iriam parar de funcionar, o mundo acabaria no ano 2000, isso exerceu um fascínio muito grande em muitas pessoas). Paulo Freire dizia que queria chegar ao ano 2000 (acabou falecendo três anos antes).

Estamos atravessando um novo momento rico de possibilidades e cheio de desafios. Por isso, não se pode falar do futuro da educação sem certa dose de cautela. Vamos abordar algumas das perspectivas atuais da teoria e da prática da educação, apoiando-se naqueles educadores e filósofos que tentaram, em meio a essa perplexidade, apesar de tudo, apontar algum caminho para o futuro. A perplexidade e a crise de paradigmas não podem se constituir numa desculpa para cruzar os braços.

Muitos educadores estão perplexos diante das rápidas mudanças na sociedade, na tecnologia e na economia, o que gera uma insegurança em relação ao futuro de sua profissão, alguns com medo de perdê-la sem saber o que fazer. Criaram vários conceitos: "projeto" político-pedagógico, pedagogia da "esperança", "ideal" pedagógico, "ilusão" e "utopia" pedagógica, o futuro como "possibilidade". Fala-se muito hoje em "cenários" possíveis para a educação, portanto, em "panoramas", representação de "paisagens". Todas essas palavras entre aspas indicam uma certa direção ou, pelo menos, um horizonte em direção ao qual se caminha ou se pode caminhar.

5. Mundo da Tecnologia

A evolução das novas tecnologias objetivando a comunicação de massa na propagação do conhecimento ainda não se fez sentir plenamente no ensino. Segundo McLuhan (1969), pelo menos na maioria dos países, com o foco na aprendizagem à distância, sobretudo baseada na Internet, parece ser a grande novidade educacional deste novo século.

A educação acontece com a linguagem escrita e a nossa cultura atual dominante vive impregnada por uma nova linguagem, a da televisão e a da informática, particularmente a linguagem da Internet. A cultura do papel representa talvez o maior obstáculo ao uso intensivo da Internet, em particular da educação à distância com base na Internet. Por isso, os jovens que ainda não internalizaram inteiramente essa cultura adaptam-se com mais facilidade do que os adultos ao uso do computador. Eles já estão nascendo com essa nova cultura, a cultura digital.

O paradigma que está agora retrocedendo dominou a nossa cultura por várias centenas de anos, durante os quais modelou nossa moderna sociedade ocidental e influenciou significativamente o restante do mundo. Esse paradigma consiste em várias idéias e valores entrincheirados, entre os quais a visão de universo como um sistema mecânico composto de blocos de construção elementares, a visão de corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, e a crença no progresso material ilimitado, a ser obtido pelo intermédio do crescimento econômico e tecnológico. Capra (1996, p.25)

Segundo GADOTTI, os sistemas educacionais ainda não conseguiram avaliar suficientemente todos os aspectos desta nova comunicação de massa, seja para informar, ou para bitolar. Ainda trabalha-se com recursos tradicionais que não têm apelo para as crianças e jovens. Os que defendem a informatização da educação sustentam que é preciso mudar profundamente os métodos de ensino para reservar ao cérebro humano o que lhe é peculiar, a capacidade de pensar, em vez de desenvolver a memória. Para ele, a função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a pensar criticamente. Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens, inclusive a linguagem eletrônica.

6. Educação Popular

O paradigma da educação popular traz como fonte de inspiração o trabalho de Paulo Freire nos anos 60, que se caracterizava na conscientização, sua base fundamental. A prática educacional e a reflexão sobre esta prática levaram a incorporar outro fundamento não menos importante: o da organização. Pois, não basta estar ciente, é preciso organizar-se para poder transformar. Nos últimos anos, os educadores que permaneceram fieis aos princípios da educação popular atuaram principalmente em duas direções: na educação pública popular, espaço conquistado no interior do Estado, na educação popular comunitária e na educação ambiental ou sustentável, predominantemente não-governamentais.

Constitui-se mecanismos de democratização as práticas de educação popular, em que se refletem os valores de solidariedade e de reciprocidade e novas formas alternativas de produção e de consumo, sobretudo as práticas de educação popular comunitária, muitas delas voluntárias. Deparando com este quadro, a educação popular, serve como modelo teórico reestruturado e tem oferecido alternativas. Dentre elas, está a reforma dos sistemas de escolarização pública. A vinculação da educação popular com o poder local e a economia popular abrem, também, novas e inéditas possibilidades para a prática da educação. O modelo teórico da educação popular, elaborado na reflexão sobre a prática da educação durante várias décadas, tornou-se, sem dúvida, uma das grandes contribuições da América Latina à teoria e à prática educativa em âmbito internacional. A noção de aprender a partir do conhecimento do sujeito, a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a educação como ato de conhecimento e de transformação social e a politicidade da educação são apenas alguns dos legados da educação popular à pedagogia crítica universal.

7. Educação Básica

Neste novo milênio, o processo de educar está passando por uma dicotomia: de um lado, o desempenho do sistema escolar não tem dado conta da universalização da educação básica de qualidade; de outro, as novas matrizes teóricas não apresentam ainda a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros numa época de profundas e rápidas transformações. A concepção teórica e as práticas desenvolvidas a partir do conceito de Escola Para Todos podem constituir-se numa alternativa, de um lado, ao projeto neoliberal de educação, amplamente hegemônico, baseado na ética do mercado, e, de outro lado, à teoria e à prática de uma educação burocrática, sustentada na "estadolatria" (Antônio Gramsci). Ela visa formar o cidadão para controlar o mercado e o Estado, sendo, ao mesmo tempo, pública quanto ao seu destino isto é, para todos.

Seja qual for o caminho que a educação contemporânea vai tomar, certo é que ela deve ser uma educação voltada para o futuro e será sempre uma educação contestadora, superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado, portanto, uma educação muito mais voltada para a transformação social do que para a transmissão cultural. Por isso, acredita-se que a pedagogia da práxis, como uma pedagogia transformadora, em suas várias manifestações, pode oferecer um referencial geral mais seguro do que as pedagogias centradas na transmissão cultural, neste momento de perplexidade. Evidentemente, essa escola não será construída de um dia para outro. Não se chegará lá rapidamente, nem por um passe de mágica, nem por uma teoria salvacionista. Não adiantaria alguns poucos chegarem lá muito rapidamente. É preciso que todos cheguem lá, em tempo.

8. SOCIEDADE PÓS- MODERNA: ERA DA INFORMAÇÃO

Podemos definir nossa era como a era do conhecimento, mundo virtual. Se for colocada hoje a importância dada ao conhecimento, em todos os âmbitos, pode-se dizer que vivemos mesmo na era do conhecimento, na sociedade do conhecimento, sobretudo em consequência da informatização globalizada. Pode ser que, de fato, já estejamos perpassando esses primeiros conflitos e ingressados neste novo momento social, mesmo aceitando que grandes massas da população estejam excluídas desse acesso. No entanto o que percebemos é a predominância da difusão de dados e informações e não de conhecimentos. Isso só é possível graças às novas tecnologias que estocam o conhecimento, de forma prática e acessível, em gigantescos volumes de informações que são armazenadas, permitindo a pesquisa e o acesso de maneira muito simples, amigável e flexível (Google).

Na Internet para ser "usuário", só precisa dispor de uma linha telefônica (fixo ou móvel) e um computador. Isso não significa ser apenas receptor de informações, mas também emissor de informações. A grande rede pode ser acessada a partir de qualquer sala de aula do planeta, colocando esse educando em inúmeras bibliotecas do mundo. As novas tecnologias permitem encontrar conhecimentos transmitidos não apenas por palavras, mas também por imagens, sons, fotos, vídeos (you-tube), etc. Nos últimos anos, a informação deixou de ser uma área ou especialidade para se tornar uma dimensão glocal-global, transformando profundamente a forma como a sociedade se organiza. Pode-se dizer que estamos vivendo uma Revolução da Informação, como ocorreram no passado com a Revolução Agrícola e a Revolução Industrial.

O processo da globalização está mudando: a política, a economia, a cultura, a história e consequentemente também, a educação. Esta é uma realidade que deve ser enfocada sob vários prismas. A globalização remete também ao poder local e às consequências locais da nossa dívida externa global (e dívida interna também, a ela associada). O global e o local se fundem numa nova realidade: o "glocal". O estudo desta categoria remete à necessária discussão do papel dos municípios e do "regime de colaboração" entre União, estados, municípios e comunidade, nas perspectivas atuais da educação básica. Para pensar a educação do futuro, é necessário refletir sobre o processo de globalização da economia, da cultura e das comunicações.

Depois de termos uma conceituação básica da globalização da informação, explicar as facilidades que essas novas tecnologias globais oferecem ao professor se faz necessário uma pergunta: o que eu tenho a ver com tudo isso, se na minha escola não tem nem biblioteca e com o meu salário eu não posso comprar um computador? O autor responde dividindo esse trabalho em duas partes: o tempo do passado e o tempo do futuro. Buscar hoje superar as condições do atraso e, ao mesmo tempo, proporcionar as condições ideais para aproveitar as possibilidades das novas tecnologias.

Os avanços tecnológicos estabeleceram novos espaços do conhecimento. Agora, além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos. Um número maior de pessoas estuda em casa, pois podem, desse espaço familiar, acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância. Em contra partida, a sociedade civil (ONGs, associações, sindicatos, igrejas, etc.) está se fortalecendo não apenas como espaço de trabalho, mas também como espaço de difusão de conhecimentos e de formação continuada. Essas novas possibilidades parece abrirem-se para os educadores.

Os espaços de formação encontrados nessa nova ótica têm tudo para permitir maior democratização da informação e do conhecimento, afinal neste mundo virtual as informações estão ao alcance de todos sem uma separação de classe social, política, religiosa e etc. Existem nestes espaços menos manipulação, menos controle e mais liberdade. Não vai demorar muito tempo, para as políticas públicas se adequarem a essas iniciativas que são cobradas pela sociedade. A tecnologia não é tudo e não basta. É preciso a participação maior e organizada da sociedade. O acesso à informação não é apenas um direito. É um direito fundamental, um direito primário, o primeiro de todos os direitos, pois sem ele não se tem acesso aos outros direitos.

Ainda que a Educação constitua um dos temas favoritos das autoridades políticas, nos mais variados países, poucas vezes os debates sobre as questões educacionais conseguem ultrapassar o âmbito de sua dimensão econômica, limitando-se a uma parafernália de indicadores numéricos de diferentes tipos. E enquanto a economia sufoca a Filosofia, a escola permanece reduzida a uma cultura utilitarista no sentido mais mesquinho, de preparação para exames, cujos resultados expressam algo cada vez mais difícil de interpretar. (Machado, 2000, p.64).

Para Herbert McLuhan, o planeta tornou-se a nossa sala de aula e o nosso endereço mudou e está no ciberespaço, que ao mesmo tempo não está em lugar nenhum, pois está em todo o lugar o tempo todo. Estar em um lugar significaria estar determinado pelo tempo (hoje, ontem, amanhã). Já no ciberespaço, a informação está sempre e permanentemente presente e em renovação constante. Navegar em nuvens ou arquivo em nuvens rompeu com a idéia de tempo próprio para a aprendizagem. Este novo conceito de que hoje não há tempo e espaço próprios para a aprendizagem ainda confunde muitas pessoas. Como ele está todo o tempo em todo lugar, o espaço da aprendizagem ultrapassa as barreiras físicas.

O conhecimento é o grande legado da humanidade. Ele é básico para a sobrevivência de todos e, por isso, não deve ser vendido ou comprado, mas sim disponibilizado a todos. Esta deve ser a função de instituições que se dedicam ao conhecimento apoiado nos avanços tecnológicos. Acredita-se que o processo de educação do futuro seja mais democrático e menos excludente. O grande desafio é ao mesmo tempo nossa luta, diante da falta de políticas públicas que possam atender todos os setores da sociedade, exemplo do alto custo para um acesso ilimitado da Rede.

Essa nova escola na sociedade de informação deve organizar um movimento global de renovação cultural, usufruindo de todas essas riquezas de informações. A escola não deve ficar a alheia a essas inovações tecnológicas. Ela precisa se transformar em um centro de inovação. Existe um pensamento de dar pouca importância à educação tecnológica, a qual deveria começar já na educação infantil. As escolas devem servir de mapa para navegar nesse espaço do conhecimento, superando a visão utilitarista de só oferecer informações para obter resultados. Essa nova escola deve proporcionar uma formação geral na direção de uma educação integral.

A nova escola deixará de ser "lecionadora" para ser "gestora do conhecimento". Esse novo paradigma propõe estudos que busque respostas e uma compreensão desse momento pós-moderno que a sociedade está passando. Pela primeira vez a educação tem a possibilidade de ser determinante sobre o desenvolvimento. A educação tornou-se mais do que uma estratégia para a construção de saberes que encontramos nos conteúdos pedagógicos que promovam o desenvolvimento. Será preciso que passe por uma transformação profunda em todos os seus setores. Ladislau Dowbor (1998:259).

As escolas precisam ter uma visão de que projeto vai adotar, precisa de dados que possam direcionar os trabalhos, precisa começar por ela suas inovações, desconstruir para construir, planejar-se a médio e a longo prazos, elaborar seus parâmetros curriculares. As mudanças que vêm de dentro das escolas são mais duradouras. Nesse contexto, o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. A escola está desafiada a mudar a lógica da construção do conhecimento.

9. EDUCAÇÃO PÓS-MODERNA

Com os problemas e as angústias em decorrência das mudanças por que passa o mundo, os educadores estão buscando respostas, segundo Jacques Delors (1998), coordenador do "Relatório para a Unesco da Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI", no livro Educação: um tesouro a descobrir, sugere como principal consequência da sociedade do conhecimento a necessidade natural do homem de uma aprendizagem ao longo de toda a vida. Encontramos neste contexto quatro colunas que podemos tomar como base para a construção de saberes que expliquem esses fenômenos da educação.

9.1- Aprender a conhecer

Despertar o prazer na busca do conhecimento, compreender, descobrir, construir e reconstruir conceitos, conhecimento, curiosidade, autonomia, atenção. Não devemos tentar conhecer tudo, como detentores do conhecimento. Isso supõe uma cultura geral, o que não prejudica o domínio de certos assuntos especializados. Aprender a conhecer perpassa o aprender a aprender. Não podemos tirar desse conceito todos os agentes envolvidos no processo de educação, aprender mais linguagens e metodologias do que conteúdos, porque eles se tornam ultrapassados rapidamente. Não basta apenas aprender a conhecer. É preciso aprender a pensar, a pensar a realidade. É preciso pensar também o novo, reinventar o pensar, pensar e reinventar o futuro.

9.2- Aprender a fazer

O fazer não é mais puramente instrumental. Contextualizando, existe uma valoração maior hoje à competência pessoal que torna a pessoa apta a enfrentar novas situações na vida, mais apta a trabalhar em equipe. Na era pós-moderna, o importante na formação do conhecimento, é saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa, gostar do risco, ter intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter estabilidade emocional. Estas qualidades humanas se manifestam nas relações cotidianas.

9.3- Aprender a viver juntos

Conseguir compreender o outro, aceitar as diferenças, desenvolver a visão da interdependência, da não-violência, administrar conflitos. Descobrir o outro dentro da perspectiva do todo, participar em grupos com objetivo comum. Ter alegria no esforço comum. Atuar efetivamente em projetos de cooperação. No Brasil, podemos citar a inclusão de temas/eixos transversais, a interdisciplinaridade (ética, ecologia, cidadania, saúde, diversidade cultural) nos PCN, que exigem equipes interdisciplinares e trabalho em projetos comuns.

9.4- Aprender a ser

O Ensino aprendizagem não pode ter apenas uma lógica matemática e lingüística. Precisa realmente integral, esse processo não é uma utopia. A Integralidade no desenvolvimento da pessoa: sensibilidade, responsabilidade pessoal, espiritualidade, inteligência, sentido ético e estético, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa, devem fazer parte do indivíduo. Para conseguirmos essa totalidade não podemos negligenciar nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
Quando pensamos a sociedade do século XXI, vemos que o que caracteriza esta nova sociedade é o conhecimento, o que vai exigir que as pessoas sejam mais capacitadas e preparadas para o exercício de uma profissão. Encontramos ainda que o foco desta sociedade será a subjetividade, a ação social e a vida cotidiana o que exigirá novas crenças, epistemologias e parâmetros. A ênfase na subjetividade será, portanto, o novo paradigma deste século e valorizará o homem na sua inteireza, na sua totalidade, o que se refletirá em novos valores e idéias, entre eles, os valores humanos. (Kullok, 2000, p.21).

A dialética representa hoje um dos paradigmas mais consistentes para compreender o fenômeno da educação. Todas as teorias não podem ser negadas, pois ajudarão muito na leitura do mundo da educação atual. No entanto, também podemos nos apropriar mais especificamente de algumas. Quando pensamos a educação do futuro, precisamos entender as especificidades dessas teorias nascidas ao mesmo tempo com a prática da educação. Existem muitos outros desafios para a educação. Fazer uma reflexão crítica só não basta, como também não basta à prática sem a reflexão sobre ela. Aqui, foram apresentados alguns desafios das novas tecnologias e suas complexidades, tendo uma visão otimista e crítica, não pessimista, uma análise em profundidade para aqueles que tem interesse verdadeiro por uma educação voltada para o futuro.

10. CONCLUSÃO

Podemos com tudo dizer, que a forma de organização educacional pautada na acumulação de conhecimento, não está mais restrita a um espaço físico, hoje a construção dos saberes ultrapassa os limites da escola. Contudo, permite, ao mesmo tempo, à escola, o movimento contraditório de formar sujeitos para além dessas delimitações, o que equivale dizer, formar sujeitos para além do conservadorismo e reprodução de um conceito que coloque em destaque a classe dominante.

A escola que historicamente, é o palco e alvo de disputa de interesses distintos, os quais, por sua vez, expressam a organização dual da nossa sociedade, própria da forma de organização econômica sob e no capitalismo tem a função precípua de tornar o homem cada vez mais capaz de conhecer os elementos de sua situação no mundo, para intervir nela transformando-a (SAVIANI, 1986).

Ocorre que a maioria das escolas e dos professores não estão preparados para os desafios dessa nova tendência de educação on-line e, ao mesmo tempo, enfatizarem a compreensão dessa nova linguagem digital. (Frigotto, 1993), destaca que o conhecimento em sua totalidade não se efetiva se não formos capazes de buscar ir para além da aparência, da fragmentação, herança do positivismo.

O conhecimento é produto da realidade social, objetiva e concreta – historicamente condicionada. Portanto, os chamados “Desafios educacionais da pós-modernidade” devem passar pelo currículo somente como condição de compreensão do conteúdo nesta totalidade, fazendo parte da intencionalidade do conhecimento na disciplina. Isto significa compreendê-los como parte da realidade concreta e explicitá-la nas múltiplas determinações que produzem e explicam os fatos sociais.

20- BIBLIOGRAFIA

BOURDIEU, P. (1983). O campo científico. In: Ortiz, R. (org.). Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.

CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas Vivos. São Paulo: Cultrix,1996.

FRIGOTTO, G. Educação e a crise do capitalismo real. 3.ed. São Paulo: Cortez,1999.

GADOTTI, Moacir. Pensamento pedagógico brasileiro. São Paulo. Ática, 1987.

GOTTO, G. Educação e a crise do capitalismo real. 3.ed. São Paulo: Cortez,1999.

KULLOK, M. G. B. As exigências da formação do professor na atualidade. Maceió: Edufal, 2000.

MACHADO, N.J. Educação: projetos e valores. São Paulo: Escrituras Editoras, 2000.

OLIVEIRA, J.B.A., and S. SCHWARTZMAN. A escola vista por dentro. Numero de. Belo Horizonte: Alfa Educativa Editora, 2002.

SAVIANI, D. Do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez:Autores Associados, 1986

SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad. Ernani F. da F. Rosa, Potro Alegre: ArtMed, 2000.

SEVERINO, A.J. Filosofia. São Paulo: Cortez. 1993.